sexta-feira, 29 de junho de 2012

Assembléia dos Alunos da Pedagogia da UFRGS

Em 28 de junho de 2012, aconteceu a Assembléia Geral dos Alunos de Pedagogia da UFRGS. Participou dessa reunião o Vice-Presidente do DCE Livre, Régis Antônio Coimbra, que também é membro, representando o curso de Licenciatura em Dança, do Comando de Mobilização.

Da mesma forma como ocorreu com a Assembléia Geral dos Estudantes da UFRGS de 11 de junho, a reunião começou com considerável atraso, de mais de 30 minutos. Durante este atraso, Régis conversou com estudantes que estavam presentes na Assembléia.

Finalmente, depois de mais de 30 minutos, a Assembléia começa.


Quando começou, a Profa. Dra. Laura Fonseca e o Prof. Dr. I-Juca-Pirama Camargo Gil (mais conhecido como Juca Gil) fizeram comunicados ("informes", no jargão assembleístico). Na sequência, informou a técnica educacional Bernadete Menezes (Berna), coordenadora da ASSUFRGS.



Depois a palavra circulou mais entre estudantes, embora ainda com uma curiosa referência aos professores, como se a assembléia fosse para perguntar para eles como se resolveriam os casos particulares e não para construir as posições dos estudantes - mas pode ser pela falta de prática de greves desde 2001...


Em seguida, Régis manifestou-se observando que além dos esclarecimentos dos professores, os alunos tinham o espaço da assembléia para construir suas próprias posições para comunicar aos professores, bem como as atividades cuja paralisação seria contraproducente face aos objetivos da greve poderiam e deveriam ser preservadas.


Após a manifestação de Régis, suscitou-se uma questão de ordem pertinente (se alunos de outros cursos poderiam se manifestar na assembléia dos estudantes da Pedagogia), mas talvez sectária, lembrando que além de estudantes da UFRGS, Régis também é membro do Comando de Mobilização.


Após o um incidente (isolado e legítimo) de (talvez) sectarismo, a reunião voltou à atitude casuística e dependente dos professores, o que levou Régis a reiterar o que observara antes, enfatizando que estar em greve não é estar parado, mas pressionando (no caso, o governo federal) de modo a conquistar as reivindicações, o que pode e deve ser feito com atividades mais do que com o cruzar de braços.

domingo, 24 de junho de 2012

Greve dos Docentes da UFRGS

No último dia 21 de junho, a ADUFRGS-Sindical divulgou o resultado do Plebiscito realizado junto aos docentes da UFRGS sobre a adesão à greve que atualmente atinge diversas IFES. Participaram deste plebiscito, que foi realizado de forma eletrônica, cerca de 42,07% dos Docentes da UFRGS e 80,05% destes se manifestaram contra a adesão à greve.

Frente a este resultado, a ANDES/UFRGS, entidade ligada ao PSOL e ao PSTU e que, da mesma forma que esses partidos que possuem baixíssima representatividade no cenário nacional, possuí pouca representatividade entre os professores de nossa Universidade, manifestou discordância a respeito deste plebiscito, destacando os seguintes pontos:

“1. Direcionada: o texto “informativo” inicial, de “introdução” às alternativas, claramente orientou a resposta;”

Ora, é de se convir que a questão da greve está sendo amplamente divulgada no cenário nacional e, além disso, através de seus apoiadores também é muito divulgada dentro da Universidade. É inverossímil que mero texto, de poucas linhas, vá “orientar a resposta” dos docentes.

“2. Descabida: a pauta da greve é unicamente a do ANDES-SN, considerando-se que todas as reivindicações do Proifes “já” estão atendidas, segundo afirmações do próprio texto “informativo” inicial, de “introdução” às alternativas;”

Aqui tentam descaracterizar o Proifes (Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior), mas é evidente a fragilidade do argumento, no sentido que tenta induzir o docente a aderir à greve proposta pela ANDES, que claramente não representa os docentes da UFRGS, sob a alegação de que as propostas do Proifes, que congrega a maioria absoluta dos docentes de nossa Universidade, já foram atendidas.

O que se pode tirar daqui, de fato, é que os docentes estão satisfeitos com a representatividade exercida pela ADUFRGS/Proifes e, como já dissemos, não consideram a ANDES significante. Não se trata de atendimento de demandas, mas de representatividade, o que é afirmado pela ANDES é equivalente à “Você que é do Partido X e já teve suas reivindicações atendidas, agora DEVE apoiar o Partido Y, que ainda tem reivindicações”. Isso sim é descabido.

“3. Constrangedora: de acordo com relatos de alguns sócios, houve, durante a consulta, um trabalho de “convencimento” (telefonemas, visitas a gabinetes, pressões, insinuações, etc.) sobre a necessidade de participar da consulta e votar “bem”;”

Constrangimento é ser obrigado a se posicionar contra ou a favor de algo sob os gritos e insultos dos militantes e é isso que acontece em “Assembléias ao Vivo”, um festival de baixarias que parece agradar muito a ANDES.

Exemplo disso é o que aconteceu na Assembléia Geral dos Estudantes da UFRGS, realizada no último dia 11 e que contou com a participação de menos de 2% dos estudantes da Universidade. Cada vez que alguém contrário ia se manifestar, esta pessoa era acuada pelos militantes, que impediam sua fala através de gritos, batucadas e insultos.

O trabalho de convencimento, através do diálogo, vai (e deve) existir, seja em se tratando de plebiscito eletrônico, seja em se tratando de assembléia presencial, a diferença é que na reunião presencial, além do diálogo, outro fator que pode ser usado no convencimento é aquele da humilhação, da exposição do indivíduo ao escárnio público, seja com o objetivo de convence-lo à mudar sua posição seja com o objetivo de tirar a sua credibilidade e fazer com que outros não tenham a mesma opinião que ele.

Os docentes da UFRGS não precisam e não devem passar por essa humilhação, da mesma forma que os estudantes já passaram.

"4. Ilegal: fere a lei de greve (Lei 7783), como forma de decisão da categoria;
5. Antiregimental: fere o regimento da própria entidade (Artigo 24)."

Isso é contraditório, pois considera que é mais legítima uma assembléia presencial, com menos participação, como a Assembléia Geral dos Estudantes da UFRGS, que foi presencial e teve participação de menos de 2% dos estudantes da UFRGS, do que um Plebiscito que contou com quase 50% da categoria, como foi o caso do Plebiscito Eletrônico realizado pela ADUFRGS.

Está claro que a ANDES, da mesma forma que o PSOL e o PSTU durante as eleições para o DCE da UFRGS, não está interessada em ouvir os docentes e representa-los com seriedade, mas, antes disso, quer obrigá-los a aderir às suas pautas partidárias, seja como for e com qualquer método, na clara linha de que “os fins justificam os meios”.

Por fim, a nota da ANDES termina com a seguinte colocação:

“Você que não votou (e é maioria na UFRGS!), você que não acredita, some-se à mobilização para pressionar o governo.”

Realmente a maioria não votou (57,93%), mas é importante dizer que para que a proporção de professores favoráveis à greve seja de, no mínimo, 50%, ou seja para que o número de professores favoráveis à greve seja o mesmo que o número de professores contrários à greve, a proporção de docentes que não votaram e que deveriam ser favoráveis à greve deveria ser de 71,82%, o que não condiz com o que pode-se observar na prática.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Marxistas do mundo, estudem!

Por Régis Antônio Coimbra*

É de contrair as coronárias ver marxistas já de uma considerável idade repetirem as coisas mais elementarmente erradas de Marx. A culpa dos principais erros de Marx é do seu tempo, mas a dos marxistas de hoje é deles mesmos (ou de algum complô de outros marxistas que os enrolam e acabam se enrolando junto).

Para ajudar, vou lembrar mais uma vez:

1. Marx se baseou na teoria do valor disponível, dos economistas clássicos, que não dava conta da remuneração do capitalista e do empresário;

2. Mas Eugen von Ritter Böhm-Bawerk resolveu a charada: o capitalista (e o empresário mesmo que não entre com capital financeiro) geram riqueza a qual deve ser remunerada (juros para o capitalista "puro", que só arrisca seu capital; "pro-labore" para o empresário que só administra... adaptando um pouco);

3. sem esse detalhe, não tem como fechar a conta e acabamos com uma versão ilusória da exploração (que há) no capitalismo.

Dito isso, que assusta os marxistas vulgares (parodiando Marx, hehe...), podemos buscar no próprio Marx os elementos que tornam o autor ainda atual:

4. a principal alienação decorre da formação especializada de "trabalhadores" e de "burgueses", de trabalhadores braçais ou subalternos e de "executivos";

5. a conversa da mais valia surrupiada só faz sentido se acabamos com a própria distinção entre trabalhador subalterno que não decide, apenas executa, e a do capitalista, empresário ou executivo que toma decisões. No contexto especializado em que vivemos, os trabalhadores (explorados...) precisam dos capitalistas e empresários e substituí-los por burocratas costuma dar bode - algo como substituir os burgueses "orgânicos" por burgueses biônicos (no mau sentido).

6. não haverá revolução socialista ou, o que houver, não sendo hegemônico, nunca sairá da "ditadura da burocracia" precisamente pelo estado de guerra permanente com o resto do mundo (capitalista) e os efeitos de guerra de informação e justificativa para radicais faltas de democracia; e sem democracia ampla não há homem integral; ao contrário, a alienação aí sim é deliberada, planejada, sistematizada - ok, no capitalismo também há alienação.

7. não existe mais o proletariado... a figura foi desaparecendo nos países "centrais" com a queda radical da taxa da natalidade, fim do ciclo "ecológico" descrito por Smith, no qual qualquer aumento de produtividade que implicasse aumento da renda dos trabalhadores significava aumento do número de filhos sobreviventes e reestabilização em novo patamar de, novamente, mera subsistência (ainda que de mais dependentes). Findo o lado "proletário" da classe trabalhadora, ela passou a ser consumidora importante e a nova alienação não é de salário, é de perspectiva - a classe média até metida a chique é escrava do consumismo (os emergentes, os pobres e os quase miseráveis estão paradoxalmente na mesma, só que consomem produtos mais vagabundos).

8. assim, reitero, não haverá revolução por acirramento da luta de classes: a classe trabalhadora padece da mesma alienação da burguesia, a especialização e o consumismo. A "revolução" terá de se dar pelo esclarecimento e, pior... pós-estruturalista, pós-moderno etc - com as inevitáveis viagens meio new age com mistificações da física quântica etc... isso é, vai demorar e periga substituir burgueses e burocratas por gurus...


*RÉGIS ANTÔNIO COIMBRA é filósofo e advogado formado pela UFRGS. Especialista em Direito e Economia e, atualmente, é Acadêmico da Licenciatura em Dança pela UFRGS.

sábado, 16 de junho de 2012

1ª Reunião do Comando de Mobilização

Em 14 de junho de 2012, por ocasião da primeira reunião do comando de mobilização pelas propostas ou demandas definidas no primeiro ponto da pauta da Assembléia Geral do DCE da UFRGS de 11 de junho de 2012, em espaço para ponderações (análise de conjuntura, relato de demandas e propostas diversas), Régis Antônio Coimbra, do Movimento Estudantil Liberdade, apresentou ressalvas às manifestações que se apresentaram antes e sugere uma atuação mais inclusiva das diversas posições dos estudantes da graduação da UFRGS.

Nas falas anteriores, vários alunos de diversos cursos comentaram que a assembléia havia sido massiva, muito representativa etc, ponderaram que fazer assembléias nos cursos, como recomendado nacionalmente seria temerário antes de uma preparação, pois poderia levar ao menos em diversos cursos a posições contrárias ao do comando (várias vezes confundido durante a reunião com um comando de mobilização "de greve"), um calouro do Direito usou a infeliz expressão "...se isso não conscientizar os alunos, só dando um tiro na cabeça deles para eles se conscientizarem...", mais de um fez comentários no sentido de que o comando deveria evitar qualquer posição "da direita", "do inimigo" e expressões nesse sentido, claramente referindo-se (voltando-se, mesmo, em alguns casos) às presenças de Régis Antônio Coimbra (pela Licenciatura em Dança) e de Gabriel Afonso Marchesi Lopes (pela Estatística).

Régis faz ponderações na 1ª reunião do comando de mobilização

Ainda, nesta primeira reunião, Régis, Vice-Presidente do DCE Livre, encaminhou a proposta de flashmobs no Instituto de Ciências Básicas da Saúde, cujo prédio, segundo várias fontes, estaria sendo definido para abrigar o conjunto dos cursos de Artes da UFRGS - incluindo o de Licenciatura em Dança.

Proposta da comunidade acadêmica da Licenciatura em Dança para o comando de mobilização

sexta-feira, 15 de junho de 2012

As eleições para a Reitoria e o Voto Nulo

Na madrugada desta sexta-feira, foram divulgados os resultados das eleições para a Reitoria da UFRGS. Mais que os números obtidos pelos candidatos, duas coisas chamaram a atenção, tornando-se o centro das discussões: a grande abstenção, sobretudo nas categorias dos discentes e dos técnico-administrativos, e o surpreendente aumento no número de votos nulos.

Em números, lembramos que na última consulta com vistas à elaboração da lista tríplice para nomeação do Reitor, ocorrida no ano de 2008, tivemos 93 votos nulos, sendo 59 na categoria dos discentes, 18 na categoria dos técnico-administrativos e 16 entre os docentes. Este ano, o número de votos nulos totalizou 1.315 votos, um aumento de 1.313,98%, dessa forma distribuídos: 802 votos entre os discentes, 450 dos técnico-administrativos e 63 da categoria dos docentes. Assim, o maior aumento percentual no número de votos nulos se deu na categoria dos técnico-administrativos, com um aumento de 2.400%

Ainda, vale lembrar que, nas eleições de 2008, os votos nulos representaram 0,8% dos votos totais, já neste ano a parcela de votos nulos foi de 11,31%.

A abstenção também foi marcante neste pleito, onde 83% dos estudantes deixaram de votar, número superior ao índice de 72,85% de abstenção observada em 2008. Em números absolutos, 7.823 discentes votaram no penúltimo pleito, enquanto que apenas 5.529 estudantes compareceram nestas eleições, o que contrasta com o aumento de 12,91% no número de alunos na UFRGS, que eram 28.813 em 2008 e hoje são 32.532.

Outro dado curioso nestas eleições foi o número de docentes aptos a votar, que em 2008 eram 2.713 e atualmente são 2.705, ou seja, enquanto houve um aumento no número de discentes houve também uma redução de 0,29% no número de docentes, além disso, é visível que o aumento no quadro de servidores técnico-administrativos, de 9,75%, também não acompanhou o aumento no número de estudantes.

Enfim, o que se pode tirar deste pleito é a insatisfação dos discentes e técnico-administrativos com a forma com que a UFRGS está sendo conduzida, sobretudo no que diz respeito a participação efetiva destas categorias nos processos decisórios de nossa Universidade, onde lembramos que, com o atual sistema de 70/15/15, a eleição pode ser decidida por exatos 1.933 docentes, ou seja, mesmo que os 32.532 discentes, os 2.567 técnico-administrativos e os outros 772 docentes votem em outro candidato, este, com mais de 35 mil votos, perderia para aquele que possuí menos de 2 mil.

Os TAs Silvio Côrrea e Ubayar Closs e os Discentes Régis Coimbra e Gabriel Marchesi falam sobre o Voto Nulo

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sobre a nota publicada no site da ABC

Em razão da nota publicada no site da Academia Brasileira de Ciências (ABC), o DCE Livre – Movimento Estudantil Liberdade esclarece que:

1. A publicação de nosso texto no site da ABC se deu sem nosso conhecimento e/ou nossa autorização, foi uma iniciativa isolada pela qual a própria ABC é totalmente responsável.

2. Desconhecemos qualquer envolvimento da chapa 1 na publicação da referida notícia no site da ABC, bem como jamais fomos procurados pelo professor Jairton Dupont ou por qualquer outro membro da chapa 1.

3. Não há informação injuriosa ou caluniosa veiculada no referido texto uma vez que ele se atém estritamente a fatos verdadeiros.

4. Carlos Alexandre Netto, atual reitor da UFRGS e candidato à reeleição pela chapa 2, de fato foi o responsável pelo fim dos Discursos de Formatura na UFRGS, algo lamentável e que deploramos.

Notícias sobre o fato:





5. Durante a Gestão de Carlos Alexandre Netto, atual reitor da UFRGS e candidato à reeleição pela chapa 2, também, de fato, houve a suspensão da venda de sucos nos restaurantes universitários.

Notícias sobre o fato:




6. É fato que Carlos Alexandre Netto, atual reitor da UFRGS e candidato à reeleição pela chapa 2, perdeu as eleições de 2008 para a chapa composta pela Professora Wrana Panizzi na categoria dos Discentes, onde obteve 1.690 votos contra 3.997 votos obtidos pela Professora Wrana.

7. Carlos Alexandre Netto, atual reitor da UFRGS e candidato à reeleição pela chapa 2, de fato também perdeu as eleições de 2008 para a chapa composta pela Professora Wrana Panizzi na categoria dos técnico-administrativos, onde obteve 735 votos contra 768 votos obtidos pela Professora Wrana.

Notícias sobre o fato:


8. No total, a Professora Wrana obteve 5.370 votos contra 3.372 obtidos por Carlos Alexandre Netto. De fato, como divulgamos, uma diferença de quase 2 mil votos (exatamente 1.998 votos).

Notícias sobre o fato:


9. De fato, apesar da enorme diferença no número de votos e de ter perdido em duas categorias das três categorias existentes, Carlos Alexandre Netto foi eleito reitor somente e tão-somente em virtude da ponderação dos votos dos docentes ser de 70% em detrimento das demais categorias.



Assim, o DCE Livre – Movimento Estudantil Liberdade manifesta que a mesma coragem que Carlos Alexandre Netto teve para decretar o fim dos discursos de formatura e para assumir a reitoria da UFRGS, mesmo tendo ficado em um distante segundo lugar e perdido em duas das três categorias, deveria ter agora para assumir tais ações. Se hoje seus atos, com razão, lhe causam vergonha, deveria ter pensado nisso antes de praticá-los.

Por fim, reforçamos que não temos absolutamente nenhuma ligação com a Chapa 1, do Professor Jairton Dupont e novamente, com a máxima veemência, repudiamos e deploramos as ações realizadas por Carlos Alexandre Netto contra os estudantes e contra a UFRGS em si.

DCE Livre - Movimento Estudantil Liberdade

terça-feira, 12 de junho de 2012

Assembléia Geral dos Estudantes da UFRGS

Representantes do DCE Livre: Régis Coimbra, Pâmela Reid
e Gabriel Marchesi na Assembléia Geral dos Estudantes

Ocorreu na manhã desta segunda-feira, dia 11 de junho, a Assembléia Geral dos Estudantes da UFRGS cujo principal tema em pauta foi o apoio à greve dos servidores das instituições de ensino federais. O DCE Livre da UFRGS, coerente com a posição da maioria dos estudantes, organizou o grupo contrário à greve.

Marcada inicialmente para às 10h30m, a reunião começou com atraso de 40 minutos, visto a desorganização (proposital?) da mesa diretora, que se recusou a começar os trabalhos no horário estipulado. Uma vez iniciada a Assembléia, a mesa diretora convidou líderes de grupos ligados ao PSOL e ao PSTU para discursarem sobre suas pautas partidárias. A finalidade dessas manifestações iniciais, ao que parece, era cansar os estudantes com o objetivo de esvaziar a Assembléia e torná-la uma espécie de comício voltado exclusivamente para os militantes desses partidos.

Atraso para o início da Assembléia

Início da Assembléia, com 40 min de atraso

Militantes causaram confusão no credenciamento dos estudantes não filiados à partidos políticos

Terminadas as falas, a mesa diretora expôs a pauta da Assembléia, assim distribuída:

1 – Infra-estrutura e conjuntura da UFRGS;
2 – Greve nas instituições de ensino federais.

Uma vez exposta a pauta, o Acadêmico Gabriel Afonso Marchesi Lopes, Presidente do DCE Livre da UFRGS, maior grupo de oposição à atual gestão do DCE da UFRGS, solicitou uma questão de ordem e manifestou que, em respeito aos estudantes que em sua maioria haviam se deslocado à Assembléia para discutir o ponto específico a respeito da Greve, era necessária uma inversão dos itens de pauta.

Posto o tema em votação, por contraste (quando não há contagem de votos) a mesa diretora se manifestou no sentido de que a proposta havia sido rejeitada. Dessa forma, seguiu-se a discussão acerca das questões sobre infra-estrutura.

Marchesi sugere a inversão da pauta, mas a proposta é rejeitada pelos militantes

Foram abertas as inscrições para a fala e 17 alunos se inscreveram para as manifestações, sendo 2 membros do DCE Livre e 15 militantes favoráveis à greve. Outros estudantes, contrários à atual Gestão do DCE, tentaram se inscrever, mas foram barrados pela mesa diretora sob a alegação de que havia terminado o prazo de inscrição para falas.

O Vice-Presidente do DCE Livre da UFRGS, Régis Antônio Coimbra, se manifestou sobre questões relativas à infra-estrutura da UFRGS (condições de ensino, estrutura física, contratação de professores). Durante sua fala, Régis foi interrompido por militantes partidários. Após, aberta a fala do Presidente do DCE livre da UFRGS, Gabriel Afonso Marchesi Lopes, este tocou em temas relevantes para os alunos, como a suspensão da venda de sucos e a inclusão da opção vegetariana nos restaurantes universitário, além disso, falou sobre a falta de bebedouros nos prédios da UFRGS, a falta de papel higiênico nos banheiros e os problemas de acessibilidade para os portadores de necessidades especiais nos diversos prédios da Universidade. Terminou sua fala manifestando repúdio à mesa diretora em razão do fato de, em uma assembléia dita “democrática”, ela ter negado a inscrição de fala para diversos estudantes contrários à atual gestão do DCE. Também, durante sua fala, Marchesi foi interrompido por militantes partidários, contrários à democracia e ao direito de manifestação de pessoas que pensam diferente do PSoL e do PSTU.

Falas de Régis e de Marchesi

Após todas as falas, foi posto em votação os pontos discutidos acerca de infra-estrutura e conjuntura da UFRGS, sendo então aprovada, por contraste, a elaboração de um documento contendo os problemas debatidos (clique aqui para visualizar do documento).

Leitura dos tópicos do primeiro ponto da pauta

Então, antes de ser aberta a discussão sobre a questão da Greve, a mesa diretora novamente convidou uma série de militantes partidários, que não eram alunos da UFRGS, para realizar mais uma rodada de discursos sobre suas pautas políticas, o que novamente provocou esvaziamento da Assembléia. Vale ressaltar que era concedido, pela mesa diretora, mais tempo de fala para os militantes partidários que para os estudantes da UFRGS.

Líderes sindicais tinham mais tempo de fala que os estudantes

Terminados esses discursos, no ponto específico sobre a Greve, estudantes solicitaram inclusões de propostas e defesa das mesmas. Assim, Renan, estudante de Administração, se manifestou contra a greve, expondo os problemas que a mesma acarretaria para os discentes. Durante sua fala, Renan foi diversas vezes interrompido pelos militantes partidários, que gritavam palavras de ordem e tocavam tambores com o objetivo de cercear o direito de fala do estudante. Outro estudante, contrário à greve, tentou se manifestar, mas não foi autorizado pela mesa diretora.

Renan, estudante de administração, em sua manifestação contra a greve, é interrompido várias vezes pelos militantes raivosos, que são intolerantes e discriminam quem pensa diferente deles.

Após, dois representantes da atual gestão do DCE se manifestarão favoráveis à greve em um discurso permeado de agressões verbais contra estudantes que pensavam de maneira diferente. Ainda, em mais uma proposta sobre esse tema, o Vice-Presidente do DCE Livre, Régis Antônio Coimbra, pediu que, pelo estouro do tempo, a assembléia se transformasse em uma reunião de tempo livre e sem poder de deliberação, dado a impossibilidade de muitas das pessoas com mais o que fazer de ficar esperando o horário da votação do assunto principal (cuja inversão de pauta foi pedido por Marchesi e negado no início da assembléia).

Régis se manifesta sobre o prejuízo causado aos estudantes pela enrolação dos militantes partidários

Após muito atraso, ultrapassagem do teto definido no início dos trabalhos, recusa da inversão de pauta, longas lenga-lengas a título de saudações de representantes de CPERS, pós-graduandos, professores da UFRGS, ASSUFRGS... por volta das 13 horas e 10 minutos (uma hora após o referido teto definido na própria assembléia e não prorrogado), inicia-se a votação do apoio às greves nas Instituições Federais de Ensino Superior - incluindo a UFRGS, caso professores e outros servidores entrem em greve.

Votação do posicionamento dos estudantes em relação à Greve

Assim, colocada em votação, a proposta referente à adesão à greve obteve 218 votos e a proposta contrária à greve obteve 122 votos, no que, considerando um universo de cerca de 25 mil estudantes de graduação da UFRGS e o disposto no artigo 13, parágrafo único, do Estatuto do DCE, que rege que para deliberação, o quorum mínimo da Assembléia é de 2% (dois por cento) dos estudantes matriculados, temos que a deliberação referente à pauta sobre a greve não é legalmente válida.

Proclamação do Resultado: 218 favoráveis x 122 contrários à Greve

Portanto, o DCE Livre da UFRGS reforça seus votos contra a Greve e manifesta que os únicos responsáveis pelo esvaziamento da Assembléia Geral dos Estudantes da UFRGS foram os próprios militantes partidários, cujas ações fizeram com que muitos estudantes fossem embora antes mesmo da discussão sobre o segundo ponto da pauta, referente à greve.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Atentado contra a sede do PSoL

Porta chamuscada da sede do PSol - RS
Crédito: Vinícius Rorato, Correio do Povo

Na madrugada de 7 de junho de 2012 a sede do PSoL (Partido [do? pelo?] Socialismo e Liberdade) teve sua porta chamuscada e, segundo alegado, arrombada (seriam duas portas, uma de madeira teria sido arrombada, outra, interna, de ferro, não). Segundo o Correio do Povo (clique aqui para ler a notícia) "Os autores forçaram a porta de entrada do prédio na rua da República, que é de madeira, e a incendiaram com gasolina. Outra porta, de ferro, não foi arrombada." A infeliz redação jornalística não deixa claro se a porta de madeira chegou a ser arrombada, embora o sugira. Ainda segundo o Correio do Povo, o presidente do PSoL no RS, Roberto Robaina, supõe que tenha sido atentado político da extrema-direita.

Uma hipótese congruente com a declaração da ex-deputada Luciana Genro, do PSoL, (clique aqui para ler a nota) é a de que seriam pobres em situação de risco, cooptados por pessoas da direita e por esses enviados (possivelmente mediante pagamento irrisório, duplamente abusando dos sujeitos barbudo alto e baixinho com bolsa hipponga) para o ato ignóbil.

Uma hipótese que nos parece mais provável é a de que fossem anarcas de sacanagem, ou mesmo de simpatizantes ou filiados do PSoL tentando (e conseguindo...) criar um factóide.

No entanto, segundo o guardador de carros (Sr. Manoel, mais conhecido como Biscoito) que espontaneamente veio se manifestar quando gravávamos um pequeno vídeo, um outro guardador de carros viu os caras mais de perto, vendo inclusive seus rostos, e teria dito que eram da Vila Cruzeiro. Não chegamos a encontrar o outro guardador de carros, mas se o encontrarmos, perguntaremos sua versão dos fatos. Conforme se fortaleça a tese de moradores da vila Cruzeiro, a hipótese de pessoas a mando da extrema-direita se tornará mais verossímil.

Assim, o DCE Livre – Movimento Estudantil Liberdade, repudia a ação contra a sede do PSoL, mas deixa claro que entende ser de muita importância uma investigação séria e isenta sobre o ocorrido, a fim de identificar os responsáveis e verificar se são de fato indivíduos de direita ou, então, da própria esquerda, sejam eles opositores ao PSoL ou mesmo indivíduos ligados ao partido com objetivo de criar um factóide.

Segue entrevista que fizemos com uma testemunha ocular dos fatos, que descreve os autores como “um alto e barbudo e outro baixinho com jeito de hippie”:


terça-feira, 5 de junho de 2012

UFRGS: SIM; GREVE NÃO!

No momento em que diversas universidades pelo país estão em greve, a UFRGS é uma das poucas que ainda não aderiu à paralisação. Porém, a Associação dos Servidores da UFRGS (ASSURGS) já aprovou a deflagração de greve¹ para o próximo dia 11, bem como, a ADUFRGS, que representa os docentes, noticiou o indicativo de greve² para o próximo dia 15 (coincidentemente, um dia após as eleições para Reitor).

Entendemos que as reivindicações dos técnico-administrativos e dos docentes são válidas e que o profissional de ensino superior precisa ser valorizado. Todavia, devemos ponderar que, no caso da UFRGS, a greve é inoportuna, uma vez que estamos muito próximos do final do semestre letivo.

Uma greve, neste momento, não só acarretaria repudio aos grevistas e deslegitimação de sua causa por parte da grande maioria dos estudantes, como é discrepante com o próprio objeto da greve (que é a cessação coletiva e voluntária do trabalho), pois a Universidade acabaria ficando parada no período de férias, quando já se prevê que grande parte dos servidores cesse seus trabalhos.

Ainda, na esteira da greve, há quem tente se aproveitar da situação com o objetivo de angariar capital político, como é o caso do Diretório Central dos Estudantes da UFRGS, que propôs uma Assembléia Geral dos Estudantes para a próxima segunda-feira (11), com o objetivo de aprovar uma impensável greve³ estudantil, que só causará prejuízo à todos nós.

Por isso, o DCE Livre, grupo de oposição ao atual DCE da UFRGS, está encabeçando o Movimento Contra a Greve na UFRGS e à Favor dos Estudantes.

Queremos estudar! Queremos aulas! E Queremos nosso direito de Férias!

Lembramos que uma greve agora não prejudicaria apenas essas férias, mas faria com que tivéssemos que repor aulas no Natal, no Ano Novo e em Janeiro, o que é inadmissível.

Além disso, como estamos no final do semestre, muitos alunos perderiam seus estágios, pois não haveria servidores para renovar os contratos.

Assim, convocamos todos os estudantes da UFRGS a comparecerem à Assembléia Geral dia 11, segunda-feira, às 10h da manhã no estacionamento da faculdade de direito, para dar um basta nisso e dizer Não à Greve. Já está na hora dos estudantes pegarem as rédeas da instituição que os representa, tomando a frente nas discussões e correndo com os militantes, que dizem se importar com a gente, mas estão interessados mesmo é em nos usar como massa de manobra para seus partidos políticos.

Não podemos mais ficar de braços cruzados, dia 11 é: Eu sou Estudante e não Militante! Aula Sim! Greve Não!

Fontes:

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Na formatura, só o Reitor fala!


Uma das mais tristes lembranças deixadas pela gestão de Carlos Alexandre Netto à frente da Reitoria da UFRGS, sem sombra de dúvidas, foi a proibição da fala dos formandos. Nossa Universidade era uma das poucas que ainda mantinha a tradição de permitir que os estudantes manifestassem, depois de quatro, cinco ou mais anos de estudo, por meros 3 minutos, seus agradecimentos aos colegas, pais, mestres e, também, à instituição que lhes garantiu um Ensino de Excelência. Agora, de forma até cruel, o Reitor Carlos Alexandre Netto nos tirou esse direito, porém não abriu mão de sua própria fala.

Em entrevista para o Correio do Povo, o Vice-Reitor Rui Vicente Oppermann (que disputa a reeleição através da Chapa 2), ressaltou que os agradecimentos são repetitivos. Ora! É provável que, ao participar de várias formaturas, haja uma percepção de que muitas falas são recorrentes, porém, para o formando e para seus familiares, este é um momento único. Se o Professor Rui está cansado das formaturas, então que não compareça! Pouquíssimos, se é que existem, são os estudantes que abririam mão de sua fala em troca da simples presença desse indivíduo.

Outra atitude totalmente desnecessária e que repudiamos veementemente foi a proibição da entrega de diplomas por pais e parentes. Essa agressão de Alex e Rui (Chapa 2) contra os Estudantes e contra a UFRGS é algo deplorável.

Não bastasse o ato em si, que nos retirou o direito de fala, há quem diga que a motivação do mesmo foi o mais pérfido sentimento de mesquinhez e vingança, gerado pelo fato de Alex e Rui terem sido repudiados pelos estudantes, nas urnas, durante as eleições para a Reitoria da UFRGS no ano de 2008. (Vale lembrar que Alex e Rui também perderam na categoria dos técnico-administrativos e só foram eleitos em virtude dos votos dos docentes terem peso 70% na ponderação da lista tríplice).

Enfim, Alex e Rui zombaram e humilharam os estudantes da UFRGS e agora, depois de mandar nós calarmos a boca em nossas formaturas, aparecem, sorridentes, pedindo nossos votos para que, ao contrário de nós, possam falar e se expressar em nossas formaturas por mais quatro anos! Um absurdo!

Saiba mais:

Textos:
1 - Ainda há esperança (Texto da Profª. Ligia Damasceno Ferreira Marczak, do Departamento de Engenharia)
2 - Amordaçaremos também aemoção? (Texto de José Carlos Sturza de Moraes, Bacharel em Ciências Sociais/UFRGS)

Notícias na Imprensa:
1 - Formandos da UFRGS protestamcontra fim de discursos (Correio do Povo, 22/04/2010)
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